“Shots, Roses and Fire” novo single da Mad Sneak entrega peso e guitarras afiadas
A canção aborda a experiência de ver o mundo “pelo avesso” — como se o corpo fosse um invólucro da alma, e a alma, por sua vez, fosse opaca, densa, inquieta. Para mentes introspectivas, a realidade pode parecer alta demais, veloz demais, e as relações humanas, um emaranhado de espelhos e becos sem saída. Nesse cenário, “Shots, Roses and Fire” surge como uma reflexão intensa sobre os abismos da autoimagem e da solidão — aquela que conforta, mas que também pode aprisionar.
Musicalmente, o single carrega a energia crua e distorcida que consagrou a identidade da Mad Sneaks. Grunge, stoner e rock alternativo se encontram em camadas sonoras que oscilam entre a fúria contida e o colapso iminente, acompanhando a narrativa emocional da letra. É uma faixa que grita sem pedir permissão, mas que também sabe sussurrar nos ouvidos mais atentos.
Um detalhe simbólico dá ainda mais profundidade ao lançamento: a capa do single traz a imagem da primeira guitarra quebrada da história da banda, um artefato real e marcante. Mais do que um instrumento danificado, ela representa uma ruptura — o fim de um ciclo e o início de outro, um símbolo de entrega, exposição e reinvenção.
Formada por Agno Dissan, Amaury Johns e Phill Andreas, a Mad Sneaks vem consolidando seu nome na cena underground brasileira, com uma discografia potente e colaborações de peso. Já trabalhou com os produtores Jack Endino (Nirvana, Soundgarden) e Toby Wright (Alice in Chains, Korn), além de contar com participação especial de Page Hamilton (Helmet) em uma de suas faixas.
Nos palcos, o trio já passou por festivais como PMW Festival (Palmas), Goiânia Noise e foi responsável pela abertura do show do Red Fang em São Paulo, levando sua intensidade crua e emocional ao público com performances memoráveis.
Com “Shots, Roses and Fire”, a Mad Sneaks reforça seu compromisso com a arte honesta, visceral e sem concessões — um convite para encarar de frente as partes mais turvas de nós mesmos, sem perder a esperança de encontrar luz no caos.