Grunge dos anos 90 reflete seu espírito existencial e de liberdade no novo álbum do paulista Caio Chadi
O lançamento de "NATIVO" marca o retorno do músico nascido em Assis às composições na língua portuguesa. Ao lado do Grunge, as nove músicas do disco têm a densidade do rock alternativo, toques de psicodelia sombria e a energia do punk/rock de garagem, tudo na tentativa de encontrar respostas libertadoras para uma existência em conflito

Capa do álbum "NATIVO" - Crédito: Jonathan White
“NATIVO” é o grito de Rock que Caio Chadi estava guardando. Chegando às plataformas digitais em 10 de outubro de 2025, este é o terceiro álbum solo do artista, mas carrega um peso especial: é o primeiro trabalho inteiramente cantado em português, marcando o retorno à sua língua-mãe. As nove faixas do álbum nasceram de uma vivência intensa na “faculdade do Rock” no Rio Grande do Sul, refletindo a busca por liberdade e a essência visceral do Grunge dos anos 90.
Escute "NATIVO" nas plataformas de streaming
A sonoridade do álbum é uma declaração de amor ao gênero que o formou: Rock com raízes profundas no Grunge dos anos 90. Com influências assumidas de nomes como Kurt Cobain e Jerry Cantrell na composição e guitarra, o disco navega entre a densidade do rock alternativo, nuances de psicodelia sombria e explosões com energia punk/rock de garagem.
Faixas como “ID” trazem uma pegada sombria para o álbum, questionando a alienação social e o conflito interno entre instinto e busca de sentido. Já “Explodir” é um hino catártico à necessidade de expressão, acumulando frustrações e ideias em um refrão explosivo e libertador, enquanto “Cachorro Elétrico” usa a ironia para refletir sobre o desgaste e a tentativa de consertar aquilo que já está fadado ao colapso.
O álbum também traz momentos de poesia e homenagem, mostrando a amplitude emocional do artista. “Esquina Qualquer”, que traz uma atmosfera boêmia de fuga e deslocamento, foi escrita em parceria com o violonista e amigo gaúcho Igor Martins, falecido em 2021. A canção “O Vento” encerra o álbum com uma textura hipnótica, personificando a liberdade, a transcendência e a presença eterna.
Faixa a faixa
ID: A música trabalha a ideia da busca pela própria identidade em meio a confusão, alienação e manipulação social, trazendo esse conflito interno entre instinto, fúria e busca de sentido. A faixa tem uma pegada sombria, alternando momentos mais introspectivos e explosivos. O instrumental reforça a atmosfera de tensão e dúvida, com peso e densidade que lembram rock alternativo e nuances de psicodelia sombria. A letra questiona a realidade, a alienação coletiva e a manipulação do consumo, ao mesmo tempo, expõe a luta interna com a própria identidade como se fosse um julgamento pessoal e existencial.
Esquina Qualquer: A canção fala sobre fuga, escape e deslocamento, um personagem que encontra em uma esquina banal, a chance de mudar de vida e se perder em outro lugar, como se fosse um portal para novos mundos. O “destino” aparece como algo incerto e sem dono. Traz uma atmosfera mais leve e quase boêmia, com cadência que lembra narrativa de viagem e cotidiano simples. O ritmo e a melodia sustentam uma sensação de estrada e movimento, com certa ironia descontraída. A letra ironiza a busca por felicidade em outro lugar, misturando elementos simples com a promessa de aventura e exotismo. No fim, questiona o controle sobre o próprio destino, deixando a ideia de que ele é incontrolável ou compartilhado.
Explodir: Canção sobre liberação emocional e necessidade de expressão: o eu-lírico acumulou coisas (ideias, frustrações, versos) e chega num ponto de querer “explodir”, não no sentido destrutivo, mas como descarga autêntica do que há dentro. Direto e catártico: versos íntimos que crescem em um refrão repetitivo e explosivo. A repetição do “Explodir” sugere uma construção dinâmica, estrofes mais contidas e refrão com energia punk/rock de garagem, coros enfáticos e guitarra/drums em destaque. É um hino à sinceridade e à quebra da autocensura. Há também um olhar leve e irônico sobre pequenas obsessões, que tornam a urgência de se expressar mais humana e relacionável.
A Vontade de Sonhar: Música sobre desilusão e esperança coexistindo: o eu-lírico vive em um ambiente sombrio e banal, encara perda de sentido e frustrações, mas mantém uma crença repetida no refrão de que “as pessoas um dia vão se encontrar”. É um balanço entre melancolia e um fio de utopia. Uma sonoridade etérea e contemplativa nas estrofes (sintetizadores ou guitarras limpas, atmosfera ampla), com crescentes emocionais nos versos mais intensos, chegando a uma levada mais rítmica e envolvente no refrão repetido. Mescla elementos de rock alternativo com pop introspectivo. Fala sobre aceitar as contradições: reconhecer o tédio, a perda de graça no anseio de conquistar e o tédio de possuir, ainda assim preservar um desejo humano de conexão e reencontro. O refrão funciona como âncora otimista, contrapondo a crítica ao “igual” e à rotina.
Cachorro Elétrico: A música usa a metáfora do “cachorro elétrico” como algo quebrado ou fora de controle, representando impulsividade, paranoia e desgaste. É uma reflexão irônica sobre tentar consertar aquilo que já está fadado ao colapso, seja uma máquina, um hábito ou até a própria mente. A atmosfera é crua e energética, com riffs repetitivos e batida direta, reforçando o senso de loop mental do narrador. Tem um ar experimental e quase lúdico, lembrando influências de rock alternativo dos anos 90 misturado a humor ácido. Mostra a luta entre controle e caos: a tentativa de consertar algo (ou a si mesmo) enquanto reconhece o caráter inevitável da falha. É crítica e “auto ironia” ao mesmo tempo.
Por Alguém: Uma canção de perda e reflexão sobre relações, o reconhecimento de que sempre teve alguém que lhe ofereceu tudo, mas só percebe a ausência agora, quando a pessoa já não está mais presente. É sobre arrependimento e vazio após uma relação rompida. Sonoridade melódica e melancólica, com acordes abertos que sustentam a sensação de nostalgia. O ritmo mais contido, deixando a letra guiar a emoção. Tem influência de balada rock alternativo e indie, com intensidade crescente até o refrão. A letra mostra o clichê humano que só no fim reconhece o valor do outro. É sobre identidade e memória afetiva ao perguntar “quem era você?”, revela não só a perda da pessoa, mas também de si mesmo no processo.
Qndo Eu Cresce: Uma sátira divertida e crítica ao universo pop/rock adolescente e aos “rockstars de fachada”. A letra ironiza a postura de gente que se acha artista ou adulto sem maturidade real, reforçando o contraste entre aparência e autenticidade. Som energético, com tom debochado. O uso do delay na voz citado na própria letra mostra uma intenção meta-musical, quase paródica, remetendo ao estilo colorido e performático de bandas e artistas teens. O refrão e “Let’s go” intensificam esse ar brincalhão e provocativo. É uma crítica ao estrelismo vazio e à superficialidade da cena pop juvenil. A ironia mostra que brincar de “rock aborrescente” não substitui a profundidade da arte feita com verdade só quem realmente sente consegue passar autenticidade.
O Vento: A música personifica o vento como uma força livre, imaterial e eterna. o elemento que atravessa barreiras, não se prende a corpo ou forma e carrega histórias pelo mundo. É uma metáfora para liberdade, transcendência e presença constante. A sonoridade é atmosférica e expansiva, com arranjos que evocam movimento e amplitude, guitarras abertas, efeitos de ambiência e vocais que reforçam a sensação de espaço, uma textura hipnótica, quase meditativa. A letra passa a ideia de liberdade absoluta, de estar em tudo e em todos. O vento aqui é símbolo de união, igualdade e invisível, mas sempre presente, assim como certas forças espirituais ou emocionais que conectam as pessoas.
Adão e Eva: Uma releitura poética e romântica do mito bíblico da criação. A música coloca Eva como destinatária direta da canção, exaltando o amor e a ideia de eternidade dentro da narrativa de origem da humanidade. Uma faixa mais suave e melódica, com um ar quase de canto de amor/serenata. O uso de “la la la” tem o tom ingênuo e universal, acessível, enquanto o violão acompanha com simplicidade, reforçando a atmosfera lírica. É uma declaração amorosa que une mito e intimidade: a relação de Adão e Eva é vista como símbolo de começo absoluto, mas na canção vira também promessa de amor infinito, sem fim.
Ficha Técnica
Todas as faixas e instrumentos foram gravados e produzidos por Caio Chadi.
Sobre o Artista
Caio Chadi nasceu em Assis/SP e hoje reside na Serra da Cantareira/SP. Ele iniciou sua trajetória musical aos 9 anos e empunhou a primeira guitarra aos 14, definindo sua identidade sonora no Grunge dos anos 90. Após anos tocando em bandas cover (atualmente com repertórios de Nirvana e Silverchair em São Paulo), ele solidificou sua carreira solo, lançando anteriormente dois álbuns cantados em inglês: Finding Me (2021), com composições da adolescência, e Dark Enlight (2023), que explora os lados da luz e escuridão dos sentimentos humanos. O álbum “NATIVO” foi inteiramente gravado e produzido por Caio Chadi, que também dedica seu tempo a estudos em teatro e audiovisual.
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Crédito: Érico Alencastro / divulgação
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