Artistas do trap se mobilizam após cancelamento do CENA 2K25

Artistas do trap se mobilizam após cancelamento do CENA 2K25 e promovem shows independentes em SP

Após explosão e confronto no backstage, festival é cancelado no terceiro dia; artistas transformam caos em união para não deixar o público na mão

 


Festival Cena / Divulgação

O CENA 2K25, um dos maiores festivais de trap do país, terminou marcado por caos, desorganização e uma mobilização inédita da cena. O evento, que acontece desde 2019 e tem entre seus sócios o rapper Jé Santiago (Recayd Mob), é conhecido por dar espaço à cultura underground, mas este ano ficou marcado por atrasos, cancelamentos e problemas estruturais que culminaram em seu encerramento abrupto.

Na madrugada de sábado para domingo, vídeos que viralizaram nas redes sociais registraram um confronto entre membros da equipe do rapper Major RD e seguranças do festival, após a equipe do artista tentar acessar o backstage e ser barrada. As imagens mostram empurra-empurra, gritaria e até a quebra de uma porta durante o conflito.

O cenário piorou quando uma bomba explodiu no backstage, espalhando estilhaços e deixando feridos. Criadores de conteúdo que estavam no local, como @tpg_felipe, relataram nas redes terem sido atingidos, e também registraram uma jovem sendo retirada de ambulância. Diversas páginas de cultura urbana e trap publicaram vídeos e depoimentos sobre o episódio, responsabilizando a equipe de Major RD por desencadear a confusão que, segundo artistas presentes, levou ao cancelamento do último dia do festival.

No domingo, a Neo Química Arena, onde o CENA era realizado, confirmou via Instagram o cancelamento do terceiro dia após a Polícia Militar não autorizar a continuidade do evento diante dos riscos à segurança.

Artistas se unem e criam uma noite histórica de shows alternativos


Matuê em show no Espaço Liv no último domingo, 23, via Instagram

Sem aceitar deixar o público na mão, artistas que se apresentariam no domingo realizaram uma mobilização inédita na história do trap nacional. Em poucas horas, dezenas de nomes se organizaram para montar shows independentes em diferentes pontos de São Paulo. Matuê, Veigh, Raffa Moreira, Brocasito, M'Dep, Menor MC, Moreir4 e outros artistas levaram para o Espaço LIV, o Caribbean Club, o Central 1926 e o Nakka Club milhares de fãs que não esperavam pelo cancelamento do último dia de CENA.

Segundo Moreir4, que se apresentaria no Cena, o movimento começou quando o M’Dep decidiu não deixar o público sem show e chamou outros artistas para se juntar a ele. “Em oito, nove horas, a gente organizou quatro eventos pela cidade. Cada um puxou seu corre, mas com o mesmo objetivo: fazer acontecer. É bonito ver a força da cena quando ela se une”, conta o rapper, que acabou levando seu selo Trap Roses para o palco do Nakka.

A força dessa articulação espontânea, com ingressos esgotados rapidamente e casas lotadas, levou diversos artistas a afirmarem nas redes sociais que 23/11 deveria ser lembrado como o “Dia do Trap”, uma data simbólica para marcar o momento em que a cena colocou o público acima de tudo e se uniu em prol de algo maior.

Repercussão dentro do Corinthians e posicionamento do Gaviões

 


Camarim da Neo Química Arena danificado / Reprodução

O episódio teve forte impacto entre torcedores do Corinthians, que foram às redes sociais para criticar tanto a organização do festival quanto o dano causado ao patrimônio do clube. Em comentários feitos na publicação da Neo Química Arena no Instagram e também no portal Meu Timão, torcedores expressaram forte indignação com a bomba arremessada durante a apresentação do Major RD, ação que depredou a arena e levou ao cancelamento do último dia do festival.

“Respeita a casa do Corinthians”, escreveu uma torcedora, refletindo um sentimento amplamente compartilhado. Outro torcedor questionou: “Depredou o Corinthians? Como assim? E aí, Gaviões da Fiel?”, exigindo posicionamento da maior torcida organizada do país. Já outros cobraram responsabilização direta: “E o prejuízo, quem vai pagar?”.

O Cena 2025 ficará marcado não só pela desorganização e pela depredação do patrimônio do Corinthians, mas por uma virada simbólica dentro do trap. Um gênero frequentemente criticado por sua superficialidade, pela falta de engajamento social e pelo foco em dinheiro e status viu seus artistas, pela primeira vez, articularem uma resposta coletiva para proteger quem mais importa: o público. Ao transformar o colapso do festival em um movimento espontâneo da cena, esses artistas lembraram que o trap, mesmo distante das bases políticas do rap que o antecedeu, ainda pode dialogar com os valores de comunidade, responsabilidade e cultura de rua. Se o rap sempre foi compromisso, talvez o trap tenha encontrado seu primeiro sinal de caminho.

Fotos Moreir4

Fotos dos artistas e outros materiais

 

Sobre Moreir4
Moreir4 (M4) é um dos novos nomes do trap nacional, nascido e criado na Cidade Ademar, Zona Sul de São Paulo. Filho de músico, transforma suas vivências em letras que misturam a crueza do trap com influências de funk e R&B. Seu single “Descomunal” ultrapassou 1 milhão de streams no Spotify e sua participação no On The Radar levou sua música até a icônica rádio nova iorquina Power 105.1, consolidando-o como uma das vozes mais promissoras da cena.
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Moreir4 (M4) é um dos novos nomes do trap nacional, nascido e criado na Cidade Ademar, Zona Sul de São Paulo. Filho de músico, transforma suas vivências em letras que misturam a crueza do trap com influências de funk e R&B. Seu single “Descomunal” ultrapassou 1 milhão de streams no Spotify e sua participação no On The Radar levou sua música até a icônica rádio nova iorquina Power 105.1, consolidando-o como uma das vozes mais promissoras da cena..



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